COMUNICAÇÃO
A ANIMAÇÃO EM FRANÇA
E SUAS ANALOGIAS NO ESTRANGEIRO
Teorias e práticas –
Simpósio de investigação

1º colóquio
internacional Europa / América
organizado pelo
Institut Universitaire de Technologie
Departamento das
Carreiras Sociais ( opção Animação Social e Sociocultural)
UNIVERSITE MICHEL DE MONTAIGNE –
BORDEAUX 3
4 – 5 – 6 novembre 2003
A animação como carácter profissional de praticas
colectivas formou-se em França na estribeira da Educação Popular e da Acção
Social. Este colóquio visa à realização de um
simpósio
dos espaços sobre
a situação da animação e das suas analogias, em França e no estrangeiro,
propondo cinco áreas de investigação, referentes:
As fundações;
O contexto
político e o papel dos actores;
As bases
cientificas;
Os modelos de
formação;
Os espaços de
prática.

Avaliar à actualidade teórica e
pratica da animação benévola e profissional exige uma resposta às
questões prévias referentes as fundações:
-
A noção de animação é,
como temos o hábito do afirmar, uma especialização sociocultural e educativa
circunscrita à França, herdada da Educação Popular, sendo fruto dos Séculos
de Luz, da República e das diversas correntes confessionais? Neste caso, a
existência da noção para além das fronteiras nacionais do hexágono, e em
particular na Europa, poderia ser atribuída à influência histórica exercida
pela França no plano linguístico ou ideológico, prolongando-se aliás até ao
Quebeque e à alguns países da América Latina, pelo intermédio das vias de
comunicação hispânicas e lusitanas.
-
Ou
então coexistem, sob a denominação multiformes, de práticas aproximadas que
encontraríamos em campos de intervenção idênticos? É assim que os termos,
noções ou conceitos de promoção cultural, trabalho ou serviço social,
desenvolvimento comunitário, democracia participativa, educação popular ou
não formal, comunicação ou pedagogia social,
andragologia,
educação pelo tempo livre, o lazer, o turismo, o desporto ou a diversão
poderiam então ser considerados como pertencentes ao campo semântico
homogéneo incluindo a noção de animação.
-
Ou então tratar-se de
mundos heterogéneo, pois enraizados nas histórias e nas correntes
ideológicas de contornos contrastantes? Por exemplo, que haveria de comum
entre as orientações e as práticas pertencentes da teologia da libertação,
da pedagogia dos oprimidos, das bases etno-comunitárias, de um trabalho
social assente numa perspectiva anti-capitalista e das que tiveram
rendimento no campo da animação das quais muitos investigadores e de
praticantes suspeitam, na realidade presente, a perda de valores de
igualdade e de justiça que os levariam as suas origens?
Uma
segunda série de interrogações
em conjunção com a precedente
debruça-se mais sobre a avaliação dos efeitos produzidos pelas actividades
culturais, educativas e sociais independentemente da apelação que lhe é
designada:
- Na Europa, onde da
tendência ao desenvolvimento de uma economia néo-liberal se afirma cada vez
mais, a animação não corre o risco de não se inserir, de forma privilegiada,
numa política de mercadorização dos em detrimento do acesso democrático aos
direitos ( à cultura, à saúde, à educação, à cidadania preservada, etc.)?
que é feito das relações entre à economia mercante, serviços públicos e o
terceiro sector ( isto é, a economia social e solidária ligada a vida
associativa, suporte jurídico elementar da animação voluntária e
profissional)?
- Em França mais precisamente, mas não só, quais os papeis dos actores da
animação e do desenvolvimento social e local confrontado com a
imposição das
políticas publicas em matéria de juventude, de educação, de políticas da
cidade, que seja pelas suas formas estatais ou descentralizadas? Entre a
instrumentalização e libertação dos actores locais, quais são as estratégias
desenvolvidas no quotidiano destas praticas?
- Num contexto de
mundialização das economias e das culturas, mais propriamente uma espécie de
biombo da denominação dos Estados Unidos do que desmembramento da
inteligência e dos saberes de cada nação, quais os laços da animação e suas
analogias podem criar-se para permitir, favorecer e desenvolver a democracia
participativa, o lugar do cidadão na arbitrariedade publica, assim que o
encontro e as trocas entre as diferentes culturas que constituem tantos
sistemas de interpretação simbólica no mundo?
- deve-se ou não
considerar como pertinente, hoje, a perspectiva de uma liberação educativa
das pessoas e dos agentes sociais, ao dela do ensino obrigatório, à traves
das praticas de lazer, do tempo livre, da diversão, do jogo, do desporto, do
turismo, louvado outrora pela Educação Popular? Sob que condições?
Outras incógnitas deste tipo
epistemológico estruturam o simpósio de investigação num campo delimitado do
inicio da iniciativa do colóquio. As respostas produzidas condicionam as
bases sólidas de uma cooperação que não será sem futuro. Uma abertura será
possível de futuro à outros países e outros continentes, à condição que as
condições sejam claramente estabelecidas entre os participantes fundadores:
§
Como
permitir uma reflexão comum favorecendo o encontro e o confronto entre a
produção teórica (dos investigadores e dos actores) e a produção da
sociedade que é o resultado das interacções levadas a cabo pelas praticas
sociais, culturais e educativas, dos cidadãos? Quais os modelos de formação
inicial e continua para favorecer tais dialécticas? Quais as estratégias de
cooperação entre as diferentes disciplinas de referencia (sociologia,
psicologia, antropologia, geografia, etc.), com a construção de uma ciência
ou de saberes de agir, de saberes de acção (teóricas, metodológicas,
processuais, e estratégicas), de uma
praxiologia?
Além disso, o interrogatório
seguinte deve ser colocado tendo em conta o tema da formação dos
profissionais do sistema de acção estudados:
§
Qual a relação entre os
elementos teóricos e práticos na formação? Quais as formas de alternância?
Quais os modelos pedagógicos? Que aprendizagens? Qual o participação dos
profissionais na definição dos programas, do seu desenvolvimento e da sua
avaliação? Qual a validade dos saberes profissionais ou benévolos e
voluntários? Que definição e que espécie de diploma, universitário ou não?
Nacionais ou não?
Enfim, é necessário de interrogar
a forma cujo o conjunto destas práticas se organizam nos locais e nos
espaços particulares da socialização:
§
Como as instalações e
equipamentos públicos ou privados tornam-se suportes da acção colectiva?
Como as inúmeras intervenções se inscrevem numa perspectiva de
territorialização e de desenvolvimento local? Como as tentativas,
organizadas ou livres, das cidades são um meio para favorecer as relações
humanas e sociais e as experiências, oferecendo assim aos habitantes a
capacidade de criação do urbanismo?

Este
conjunto de reflexões pode organizar-se à volta de um numero de temas
preliminares que são susceptíveis de interessar os praticantes e/ou os
investigadores e os incitar à propor comunicações neste sentido.
Works shops e debates
serão organizados em função do volume, da qualidade e quantidade por temas
de comunicação apresentados.
Temas
preliminares
organizados segundo as cinco áreas de pesquisa
1°
área
1.
A animação e sua relação
com as apelações analógicas, tais como: o desenvolvimento e a acção
comunitária, a promoção cultural, a comunicação ou a pedagogia social;
2.
A animação e o trabalho
social colectivo;
3.
A Educação Popular hoje na
Europa e na América;
2ª
área
4.
As práticas educativas,
sociais, culturais e a democracia participativa;
5.
A s políticas da
juventude, da saúde, do desporto, do turismo, do lazer, do divertimento, e
as práticas educativas e do cidadão;
6.
A animação e suas
analogias confrontadas com a realidade da mercadorização dos serviços e da
instrumentalização pelos poderes;
3ª
área
7.
As relações teoria -
prática e a construção de saberes teóricos e de saberes de acção;
8.
As bases cientificas de
aproximação disciplinares e interdisciplinares;
4ª
área
9.
O voluntariado e a
profissionalização;
10.
Os modelos de formação dos
profissionais;
5ª
área
11.
Os equipamentos, suportes
de acção colectiva;
12.
Os espaços públicos como
lugares de interacção.
P U B L
I C

Ce colloque est ouvert aux responsables d’associations et de
fédérations d’éducation populaire, aux intervenants professionnels de
l’animation, de l’action ou du travail social et culturel, aux élus
territoriaux, aux enseignants, chercheurs et formateurs, aux étudiants, aux
stagiaires de la formation professionnelle, etc.
O B J E C T I F S

-
Réaliser un état des lieux sur la
situation de l'animation et de ses analogies en France et à l'étranger,
- Favoriser la rencontre et la
confrontation entre production théorique et producteurs de la société, entre
chercheurs et acteurs,
- Constituer un réseau qui, à partir de
cultures partagées, s'enrichisse des différences et puisse faciliter
l'élaboration d'un dialogue entre l'Amérique et l'Europe.
L I E U
DU C O L L O Q U E

Le lieu du colloque sera le campus universitaire de Talence
où est implantée l’Université Michel de Montaigne - Bordeaux 3.
Un transport assurera le déplacement des hôtels retenus pour le
congrès vers le campus (et retour).
PROGRAMME DU COLLOQUE

Le programme définitif sera élaboré une fois la sélection des
communications assurée :
il sera donc officiel en juin 2003.
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